sábado, 25 de julho de 2009

GAIOLAS

Porque há pássaros que se mantêm nas gaiolas tendo a porta aberta? Às vezes nem sequer são das douradas....

terça-feira, 21 de julho de 2009

SOMOS DONOS DE NÓS?

A distanásia defende que devem ser utilizadas todas as possibilidades para prolongar a vida de um ser humano, ainda que a cura não seja uma possibilidade e o sofrimento se torne demasiadamente penoso. Curioso como há mais compaixão por um animal que esteja a sofrer que por um ser humano.
Que se lute por dar ao doente o melhor possível, sim! Indiscutível.
Mas, quanto pode aguentar quem sofre? Quem sabe quanto sofre o outro?
Há algo de sadismo neste "ser pela vida mesmo que o sofrimento se torne demasiado penoso".
Onde está a dignidade ou o aceitável de quem se degrada dia a dia apodrecendo, a quem a doença cava crateras no corpo já debilitado, a quem perdeu a autonomia, a quem deixa de poder comunicar, a quem resta apenas dormir sob efeitos dos sedativos para que a dôr fuja?
Que tal pôr-se no lugar do outro?
Gostaria que lhe dissessem: vais viver penando até que a morte queira...
Eu preferia ser dona de mim própria. Que sofra quem quiser.

terça-feira, 7 de julho de 2009

ASSIM SENTINDO

Quando nasceste eu renasci.

Quando riste eu ri também.

Quando precisaste eu estava ali.

Quando te vi mal, eu rezei.

Alimentei-te

Cuidei-te

Protegi-te

Amei-te em todos os momentos, filha

Não te peço nada em troca

Pois teu sorriso já é meu paraiso.

Adaptado de poema de autor desconhecido

LIÇÃO DE VIDA

Mais uma vez o meu trilho se direcciona para o IPO. Mesmo sabendo que a única certeza que podemos ter - até ver - é que não somos eternos, a proximidade da morte, o saber que alguém que nos é querido partirá em breve derruba-nos sempre.
No entanto há partidas e partidas. A minha tia, com 91 anos, deitada na sua cama de hospital, atrelada a soro e medicamentos e cujo estado se deteriora dia a dia, continua a dar-nos lições de como apreciar a vida valorizando o que se tem de bom a cada momento e esquecendo os aspectos negativos.
Recebe-nos com prazer e pergunta-nos como estamos, querendo saber das nossas vidas...
Quando lhe dão banho rejuvenesce e diz deleitada e com um grande sorriso: que bem me soube este banho!
Conversa com gosto apesar de se irritar com a sua surdez recente;
Destapa com curiosidade o tabuleiro das refeições;
Pega numa revista e lê algo do seu interesse;
Para não estar isolada, caso não possamos visitá-la, vestá a aprender a utilizar o telemóvel, coisa que até agora tem rejeitado!
Se a dôr vem esforça-se por disfarçar para não nos apoquentar. Espera com paciência a vinda da enfermeira e fica radiante por fintar a dôr. Esquece-a logo que pode e aproveita da melhor maneira o tempo.
Quando estou com ela esqueço muitas vezes o seu estado.
Está-lhe no sangue. É um caso típico de quem segue a máxima: Se a vida só te dá limões, faz limonada!
Gosto das lições que dá com o seu exemplo e tento, como ela, esquecer o que pode vir por aí a aproximar-se...