terça-feira, 21 de julho de 2009

SOMOS DONOS DE NÓS?

A distanásia defende que devem ser utilizadas todas as possibilidades para prolongar a vida de um ser humano, ainda que a cura não seja uma possibilidade e o sofrimento se torne demasiadamente penoso. Curioso como há mais compaixão por um animal que esteja a sofrer que por um ser humano.
Que se lute por dar ao doente o melhor possível, sim! Indiscutível.
Mas, quanto pode aguentar quem sofre? Quem sabe quanto sofre o outro?
Há algo de sadismo neste "ser pela vida mesmo que o sofrimento se torne demasiado penoso".
Onde está a dignidade ou o aceitável de quem se degrada dia a dia apodrecendo, a quem a doença cava crateras no corpo já debilitado, a quem perdeu a autonomia, a quem deixa de poder comunicar, a quem resta apenas dormir sob efeitos dos sedativos para que a dôr fuja?
Que tal pôr-se no lugar do outro?
Gostaria que lhe dissessem: vais viver penando até que a morte queira...
Eu preferia ser dona de mim própria. Que sofra quem quiser.

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