terça-feira, 16 de setembro de 2008

REAL E IMAGINÁRIO

M. luta pela vida no IPO. Real ou imaginário?
Há lágrimas, soluços entrecortados, palavras cujo som é emitido sem controlo não parecendo a nossa voz. Há suspiros e gemidos... Quanta dôr!
Abraçamo-nos. Socorremo-nos como podemos.
Respiramos enquanto ele mal o pode fazer; alimentamo-nos quando ele não consegue; movemo-nos sabendo-o ali manietado; falamos enquanto ele comunica apenas pela escrita, em breves palavras...
A situação é por demais real. Ele está ali, pálido, entubado, mudo e nas nossas memórias soam palavras sem esperança dos médicos que o seguem.
Almoçámos em família e parece estranho ou traição falarmos de trivialidades ou sorrir. Não podemos sofrer a tempo inteiro, sob o risco de enlouquecer. O próprio cérebro se encarrega das "fugas". A imaginação encarrega-se de nos transportar para cenários imaginários que vêm em nosso auxílio.

Sem comentários: